quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Angel


Era uma vez,um homem muito belo,com dinheiro suficiente para levar uma vida confortável,ele vivia cercado de amigos e algumas mulheres.Apesar da vida aparentemente lhe "sorrir",ele sentia-se confuso,não entendia porque sua existência não fazia muito sentido e porquê sentia falta de algo que não sabia explicar o que era.
Certa noite,mirando-se no espelho,ele percebeu uma proeminência em sua omoplata.Aquilo ardia insuportavelmente e parecia dilacerar a sua pele.De repente algo começou a brotar em suas costas.E quando ele menos esperava o par de asas rompeu sua pele e se abriu em um movimento surreal.
Maravilhado,ele correu pela casa e procurou sua namorada que estava na sala,mostrando o que lhe acontecera.Indignada,ela correu chamando-o de monstro.
Eu fitava o vazio da minha janela,uma lua grande no céu.Quando percebi que algo voava em minha direção,um pássaro,talvez.
Olhei aquele ser,pousar bem perto da minha janela,e vi que se tratava de um homem.Suas asas brancas contrastavam com seus cabelos e olhos de ébano.Ele seria perfeito se não fosse um detalhe,parecia dotado de uma dor descomunal,chorava compulsivamente.
Me aproximei e perguntei porque ele chorava.Ele me olhou e perguntou se,ser uma aberração não era motivo suficiente para chorar.
Eu segurei o rosto dele entre minhas mãos,passei o dedo na lágrima que descia em seu rosto de marfim,e abri o meu melhor sorriso.
Me afastei,deixando que ele visse minhas asas,um pouco mais antiga que as dele,se abrindo.Peguei em suas mãos e voamos em direção ao infinito,ali eu percebi,que nunca mais estaria só.