terça-feira, 16 de março de 2010

A noite escura e eu.


Penso,a cabeça ferve,um pouco de dor,um pouco de cansaço.
Mas,a mente flutua,viaja por lugares que queria estar,lugares que já estive,e de repente sou apenas nostalgia.
Por mais que aperte os olhos com força e que tente contar carneirinhos não consigo dormir.Me imponho,uma interrogação sobre a porção oculta de eu mesma,e esta insiste em se fazer reconhecer pela via dessas inquietações.
Divagando,um pouco mais,recapitulo os fatos,tento achar soluções pra antigos problemas,para os novos também...
No melhor dos meus devaneios,meu desejo é intenso,minha alma impura e o meu corpo acorda.Eu começo a sentir falta,do que já foi e também do que ainda será.Eu vejo seu rosto feito,um retrato,uma cópia perfeita que não sai da minha cabeça.
Penso,penso tanto que me apaixono pela idéia,tomo decisões malucas,embalada pelo cansaço.Desmonto quebra-cabeça imaginário,refaço inúmeras vezes.A tensão chega porque acordo cedo,aulas,provas,ônibus lotado.
Dorme,garota...
Penso,então não durmo.
Penso,logo escrevo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Fora de rumo


O mundo derrete
o mundo alaga
O mundo treme.

Criança chorando,
no meio dos destroços.
Os pés descalços
as mãos feridas.

Chora menino
sua triste vida.
Navega no lodo infinito
seu barquinho fora de rumo.

Lamenta menino,
sua abominável vida.
Derreta sua dor,rasgue seu corpo
mostre o seu terror.

Menino bonito
mesmo com a pele suja.
No ébano noturno
vagando rumo ao nada.

Fala menino,
da ausência eterna dos seus pais.
A sua casa tombada.
O beijo não trocado com a namorada.

Grita menino,
propague a sua dor.
Pode dizer:
-Inútil e abominável vida,quem te disse que te ter é um prazer?